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SOBRINO, Jon, Terremoto, terrorismo, barbarie y utopía.
El Salvador, Nueva York, Afganistán, Trotta, Madrid 2002.
No propósito desta obra se assenta a necessidade de denunciar a
hipocrisia dos países ricos quando proclamam, mediante o bombardeio
do Afeganistão, seu direito à segurança e liberdade
como princípios máximos, de costas assim à realidade
que se vive fora de seu círculo de bem-estar. Porém com
mais esta denúncia, Sobrino pretende fazer-nos refletir acerca
da condição humana em um mundo no qual a desigualdade, o
egoísmo e a injustiça parecem imperar e no qual a sociedade
há de se questionar o que para ela significa Deus, princípio
alternativo através do qual se poderia alcançar esta utopia
possível que simbolizaria um mundo mais justo e digno.
STIGLITZ, Josef, El malestar en la globalización, Taurus,
Madrid 2002, 314 pp (original: Globalization and its Discontents).
O autor, prêmio Nobel de Economia, testemunha de primeira linha
graças a seu posto como vice-presidente do Banco Mundial
dos efeitos devastadores da globalização, sustenta
que a globalização pode ser uma força benéfica,
sempre e quando se re-examine o modo no qual tem sido administrada. O
processo de globalização, orientado pelo FMI e as organizações
internacionais, tem causado um sofrimento excessivo aos paises em desenvolvimento.
A forte reação contra a globalização tem suas
raízes nas desigualdades do sistema comercial mundial. É
hipocrisia tentar ajudar aos países subdesenvolvidos obrigando-os
a abrir seus mercados aos bens dos países industrializados e ao
mesmo tempo proteger os mercados destes. Os governos podem e devem adotar
políticas que orientem o crescimento dos países de modo
eqüitativo. Somos uma comunidade global e para conviver devemos cumprir
algumas regras eqüitativas, que refletem um sentimento básico
de decência e justiça social. No mundo de hoje, ditas regras
devem ser democráticas e devem assegurar que se responda às
necessidades dos afetados.
IRIARTE, Gregorio, Formación en los valores. El desarrollo
de la dimensión educativa ética en la enseñanza secundaria,
Grupo Editorial KIPUS, Cochabamba, Bolivia 2003, 278 pp.
A crise que vivemos é, antes de tudo e sobretudo, uma crise de
valores: o ter vale mais que o ser, e a aparência é mais
importante que a realidade. Vemos como nossa juventude supervaloriza o
acidental sobre o essencial, o efêmero sobre o transcendente, o
desejável sobre o imprescindível, a exterioridade sobre
a interioridade, a mediocridade sobre a excelência... Este livro
confronta a partir da perspectiva dos jovens à crise de valores
que vive nossa sociedade.
ROMA, Pepa, Jaque a la globalización. Cómo crean su
red los nuevos movimientos sociales y alternativos, Grijalbo-Mondadori,
Barcelona 2001.
Com informação de primeira mão recolhida pela autora
ao largo de entrevistas por todo o mundo, este livro é a primeira
crônica que oferece um testemunho direto de gente que trabalha contra
a máfia em um país, contra a discriminação
da mulher em um país, contra a guerra ou os generais em outro,
contra uma petrolífera em meio a selva ou o lixo nuclear em pleno
oceano, ou buscando soluções conjuntas a problemas que afetam
a toda a Humanidade. Uns estiveram em Seattle, outros não, porém
a todos eles lhes bastaria enviar um e-mail para descobrir-se como mais
um membro dessa Internacional Civil que trabalha para criar
uma nova ordem em que as prioridades humanas estejam em cima
deste benefício econômico. Inclui endereços de internet
para navegar e conectar-se com a rede que trabalha por uma globalização
ao serviço dos cidadãos.
CAMPANHA NACIONAL CONTRA A ALCA (org), Soberania sim, ALCA não!
Análises e documentos, Editora Expressão popular, São
Paulo 2002, pp 188.
A ALCA é na verdade um plano estratégico das empresas norte-americanas,
através de seu governo, para tentar impor seus interesses a todo
continente e assim poder ter acesso a nossas riquezas, ao nosso território,
a nossa biodiversidade, impor a sua moeda o dólar-, ter acesso
às compras dos órgãos públicos (compras estatais),
controlar nossa agricultura, nosso mercado, influir nossa cultura. Ou
seja, como argumentou o Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães: trata-se
de recolonizar o Brasil e os demais países. Com esse processo,
buscariam melhores condições em relação às
demais empresas transnacionais de origem européia e asiática,
elevando sua taxa de lucro.
A ALCA é o plano de expansão, para garantir um espaço
cativo para as 500 empresas transnacionais dos Estados Unidos. Como explicou
didaticamente o Gneral Colin Powel, secretário de estado norte-americano:
A ALCA é a forma de garantirmos um território que
vai do Alaska até a Patagônia, para que nossas empresas possam
garantir seus interesses no comércio, no mercado, no controle de
tecnologia, capital e serviços, e no acesso às riquezas.
Portanto, não há dúvida o governo norte-americano
tem sido honesto em suas manifestações.
Nesse livro, você encontrará análises e ensaios que
explicam com mais detalhes esse plano estratégico, bom como outros
documentos que subsidiam a campanha continental contra a ALCA.
Movimentos sociais, pastorais sociais das diversas igrejas cristãs,
diferentes correntes do movimento sindical, movimentos camponeses, movimentos
populares urbanos, partidos políticos progresistas e de esqueda,
enfim, um amplio leque de forças sociais e políticas se
uniram no Brasil e em todo continente, para realizar uma grande companha
de esclarecimento à população.
CORTINA, Adela, Por una ética del consumo, Taurus, Madrid
2002.
Nos últimos anos Cortina tem demonstrado uma grande identidade
no campo da ética, ao que tem produzido notáveis trabalhos,
entre os quais se destaca Ética Mínima. Neste novo livro
aprofunda a raiz de um fenômeno que se tem convertido na entranha
de nossas sociedades e cuja escalada constitui uma roda na qual
todos estamos colocados e ninguém sabe quais são suas motivações.
É o primeiro livro sobre ética no consumo em espanhol. Tem-se
identificado consumo com felicidade e com êxito. Quem dirige os
melhores carros, os melhores vestidos e tem o último computador
maravilhoso é o que tem êxito social e a quem todo o mundo
admira e quer imitar. O consumo tem sintomas físicos, mas sobretudo
simbólicos: a gente tem necessidade de comunicar que tem conseguido
êxito na vida, ou trata de ascender a uma classe a que não
pertence através dos bens de consumo.
Binka LE BRETON, Vidas roubadas. A escravidão na Amazônia
brasileira, CPT-Loyola, São Paulo 2002, 278 pp. Prólogo
de Pedro Casaldáliga.
Do prólogo: Já em 1970 tive de escrever um pequeño
panfleto intitulado, com triste justeza, Escravidão e feudalismo
no norte do Mato Grosso. O feudalismo e a escravidão continuavam
e continuam. No mundo, no Brasil, nesta Amazônia.
E agora, uma escravidão moderna, mais móvel,
tão violenta porém. Os novos escravos não se compram
e evidentemente não se pagam; se usam e se descartam. Os elos
da corrente desta escravidão vão desde a pura necessidade
de sobrevicência e da ilusão primária de ver um pouco
de dinheiro nas próprias mãos, até o descaso ou a
complicidade dos vários poderes; passando pelas unhas dos gatos
empreiteiros, pela colaboração de uma pensão barata,
pelo silêncio e pelo medo da população envolvente.
Fruto, em última instância, de uma blasfemante distribuição
de renda e das nunca realizadas reformas agrária, trabalhista,
fiscal
Obra de muitas leis não escritas ou não cumpridas,
das burocracias insensíveis ou corruptas. Da ditadura, das elites,
das multinacionais, do entreguismo oficial.
Binka Le Breton escreve páginas vivas, faz relatos coletivos, surpreende
confidências, pesquisa, recolhe, transmite. Deixa-nos ouvir a voz
e o coração desses novos escravos e de todos os protagonistas
vitimas ou carrascos- da vergonhosa ocupação da Amazônia,
feita pelo capital financiado, pelo latifundio sempre consentido e intocável,
verdadeira praga estrutural da Nossa América, faz cinco séculos
TORRADEFLOT, Francesc, Diálogo entre religiones. Textos fundamentales.
Trotta, Madrid 2002, 82 pp
O livro pretende ser uma obra de referência, um instrumento de consulta
necessário para todas aquelas pessoas e grupos que se interessam
por questões como o estudo das tradições religiosas
e de suas relações mútuas ou a observação
e a análise do papel das religiões nas sociedades e na construção
de uma comunidade humana em paz, justa e sustentável. Quer ser
também uma obra de referencia para quem se interessa pelo papel
renovador e de orientação ética que exercem e exercerão
cada vez mais as diferentes tradições religiosas. Nestas
paginas aparece a debilidade, porém também e sobretudo a
força do consenso entre políticos, líderes religiosos,
mestres espirituais e pessoas de boa-vontade a favor de uma cultura de
paz e de um consenso que respeite a diversidade sem eliminar a própria
identidade.
DE CARVALHO, José Jorge, Os melhores poemas de amor da sabedoria
religiosa de todos os tempos, Ediouro Publicações, Rio
2001, 201 pp
Esta antologia percorre quase três mil anos de poesia amorosa. Do
Bhavad Gita, um dos maiores poemas religiosos jamais escritos, e o lirismo
erótico do Cântico dos Cânticos até Emily Dickinson
e Fernando Pessoa, aquí ressoam algumas das vozes mais iluminadas
da poesia de todo o mundo.
Antropólogo, pesquisador de religiões comparadas e mitologia,
o autor buscou reunir poemas das mais variadas tradições.
A variedade de épocas, crenças e formas não impede
o aparecimento de temas e imagens comuns, atravessando distâncias
continentais e tão diferentes línguas. O que se destaca,
nesta coletânea é a beleza e a universalidade desses cantos
que transbordam de corações intensos, celebrando a fusão
místico-amorosa.
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